segunda-feira, 28 de maio de 2018

Estamos em guerra, você sabia?



Estamos passando como País, pelas agruras da adolescência. Nossos hormônios estão estourando, nos apaixonamos a cada segundo por uma moça diferente, juramos amor eterno, mas, um segundo depois, vamos jogar bola com a molecada como sempre. Queremos ser engenheiro um dia e bombeiro no outro, médico no dia seguinte e jogador de futebol na semana que vem. As espinhas começam a aparecer em nossos rostos e nos olhamos no espelho. Podemos tudo, somos jovens, só temos 500 anos. porém, passa tudo em nossa cabeça como uma história contada bem velozmente. Outro dia, éramos índios e passamos a ser um povo colonizado, misturado, cheio de portugueses, italianos, holandeses, até sair do forno o brasileiro. Num continente onde se fala espanhol em todas as nações, falamos português só para sermos diferentes. Só que as luas foram nascendo e dando lugar ao sol, a cada dia e por fim, nós como povo já com pelos na cara, ensaiando um bigode, recebendo de todo o planeta a última moda, apesar de demorar. De repente, com reinados e governos que se sucederam, fomos experimentando a república, a democracia, a ditadura militar e o comunismo.


Foi aí, que tivemos que acordar e ver que já estávamos velhos e não queríamos mais ser usados. Vieram os impostos para pagar, veio o Estado entrar em nossas casas, e descobrimos que a conta que pagamos era a mais cara de todo o planeta. Somos produtores de petróleo e pagamos a gasolina, o diesel e o álcool mais caro do mundo. Os salvadores da Pátria que apareceram , hoje estão todos na cadeia, presos. Paramos, olhamos um para a cara do outro e perguntamos: O que vamos fazer? Não acreditamos nas urnas, o crime é mais forte que a polícia, e pedimos socorro cada vez mais vezes às Forças Armadas. Que estranho, um Pais com o tamanho do nosso e em cada lugar perdemos o controle. 

No dia de hoje, estamos aprendendo a lição da guerra: Quando há guerra, tudo pára, só se ouve barulho de canhões. Nas prateleiras dos super-mercados o vazio, nos postos de gasolina o vazio, nas nossas geladeiras o vazio. Não há ônibus para levar nossos filhos a escola. Não há condução para nos levar ao trabalho, não há gás de cozinha. Da adolescência, tivemos que ficar mais velhos em uma semana. Em apenas uma semana, somos pessoas com 500 anos que precisam resolver um dilema: VIVER. Mas como? Mudando o comportamento e substituindo o que é caro, pelo que dá certo. Daqui a pouco, se isso persistir, virá a FOME. Aí teremos que desencarnar para aprendermos a ser um PAÍS, não do funk ou do futebol, mas, um País onde há POVO e povo de respeito. De povo que se dá ao respeito. Brasil, já não somos mais crianças. Vamos agir como adultos responsáveis. Vamos acabar com a safadeza!

Walter Leite
27 de maio de 2018


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Local: Vicência - PE, Brasil